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É necessário saber todas as ferramentas de Ergonomia para realizar uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET)?

13 de outubro de 2020Por Debora Dengo0

A dúvida sobre a necessidade de saber todas as Ferramentas Ergonômicas antes de realizar uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é muito comum, principalmente entre os profissionais em início de carreira. Embora todo profissional deva, em toda as fases, buscar estudar, se atualizar, melhorar seus processos e adquirir mais conhecimento, é importante reforçar que, muitas vezes, a preocupação em conhecer todas as ferramentas pode atrapalhar e fazer com que o ergonomista procrastine o início da sua atuação no mercado de trabalho.

Atualmente existem mais de 100 ferramentas ergonômicas no mercado. Por mais que o profissional tente aprender sobre todas, quando tiver terminado terão mais 50 novas, portanto é impossível conhecer totalmente. O mais importante é focar sua atenção em ter um panorama geral das ferramentas existentes, para selecionar quais você se identifica mais, quais fazem mais sentido para você e então se aprofundar no estudo sobre elas.

Tenha em mente que a ferramenta ergonômica adequada varia muito de acordo com cada profissional e é normal que isso aconteça. Você é livre para escolher quais fazem sentido e quais realmente te ajudam em sua análise e dia a dia de trabalho.

E o que são ferramentas ergonômicas? 

Ferramentas ergonômicas são softwares, aplicativos ou até mesmo checklists manuais que auxiliam no diagnóstico de uma atividade ou de determinada articulação do corpo. Elas atuam de modo complementar com a análise do ergonomista.

Podemos fazer uma analogia com um médico. Quando vamos ao médico, ele nos consulta, conversa conosco, pergunta sobre o histórico de saúde da família, sobre nossos hábitos. Funciona como uma pequena investigação para que o profissional conheça melhor o paciente. Depois ele faz testes físicos, biomecânicos e, caso necessite, pode solicitar um exame como complemento, seja um raio-x, uma ressonância.

Com a ergonomia acontece da mesma forma. Você entrevista os colaboradores da empresa, pergunta sobre o que precisa saber, sobre queixas, rotinas e vai para a segunda etapa, fazendo coletas na própria empresa, avaliando os postos de trabalho, mobiliários, fazendo medições. A terceira etapa é a aplicação das ferramentas, onde você analisa todas informações que possui, as entrevistas com os colaboradores e avalia se é preciso aplicar uma ferramenta para comprovar uma hipótese que você já tenha.

O uso de ferramentas não é obrigatório, mas é positivo, pois elas auxiliam no diagnóstico, para confirmar ou não uma hipótese. Existem análises em que não é necessário aplicar nenhuma ferramenta. Para verificar se a mesa de um colaborador tem uma quina viva ou uma borda arredondada, por exemplo, basta uma observação direta.

Já para analisar uma atividade de manuseio de carga pode ser necessário aplicar uma ferramenta, até mesmo para analisar outras variáveis, que não só o risco, por exemplo.

Estude e pratique cada vez mais 

Profissionais em início de carreira se agarram às ferramentas para terem mais segurança em suas análises. Isso é normal, pois ainda falta embasamento, teoria e mais prática. Quanto mais experiência você ganha, é possível criar uma base tão sólida de informações e banco de dados das análises já realizadas, que é possível perceber que, com o passar do tempo, a ferramenta seja talvez a sua última opção em uma AET.

Por que não é necessário dominar todas as ferramentas? 

Na grande maioria das vezes, utilizar duas ferramentas diferentes para a analisar a mesma atividade é desnecessário. Portanto, é importante conhecer bem uma ferramenta para cada situação e para cada parte do corpo. Tem ferramentas que avaliam postos, outras que avaliam mobiliários e também as que avaliam articulações humanas. Conhecer e se familiarizar com uma para cada situação é o ideal.

Vale lembrar que em uma Perícia Ergonômica pode ser bom contar com várias ferramentas para comprovar uma hipótese ou zerá-la, mas na Análise Ergonômica não há necessidade.

Quando o profissional fica muito preso a uma ferramenta, ele desenvolve uma certa insegurança e dependência e isso faz com que ele não desenvolva seu feeling de ergonomista, sua percepção como profissional, então é importante usar as ferramentas com cautela. Dê essa chance para o profissional que você é: observe profundamente aquela atividade antes de pensar em qualquer ferramenta. Isso vai fazer você desenvolver suas competências e habilidades como ergonomista.

Outro ponto importante: se você usa uma ferramenta, é preciso entender sua base, seu fundamento, sua metodologia. Caso contrário, ela pode te apontar um número que não será útil em sua análise, ou que não condiz com a realidade. Por isso é fundamental unir a aplicação da ferramenta à entrevista. Fazer o paralelo do que foi ouvido na entrevista com o que está sendo indicado pela ferramenta, ajuda muito na hora do diagnóstico final.

 

Algumas dicas para facilitar o seu dia a dia

– Entenda a metodologia por trás da ferramenta e as teorias que sustentam a situação que está sendo analisada. Vamos tomar como exemplo a ferramenta “Checklist Ocra”, que avalia membros superiores. Antes de utilizá-la é preciso entender a biomecânica dos membros superiores, seus tempos de sustentação, a repetitividade da atividade. A análise é efetiva quando combinamos embasamento com a aplicação da ferramenta;

 

– Não compre ferramentas ou cursos específicos se você nunca teve uma demanda de trabalho específica para ela. Muitas vezes você estuda, investe e acaba não utilizando aquele conteúdo, que fica esquecido. O tempo é o nosso maior ativo. Não invista seu tempo em algo que não tem perspectiva de usar. Invista em coisas reais, palpáveis. Antes de comprar uma ferramenta ou um curso, pense se você já recebeu alguma demanda para utilizar ela;

 

– Realize a análise qualitativa e quantitativa e compare com a aplicação da ferramenta. Raramente elas estarão em conflito, mas se estiverem, pode ser um indício de que a ferramenta está equivocada. Por isso é muito importante ter todo o embasamento do que está sendo avaliado;

 

– Escolha a ferramenta ergonômica que você mais se identifica, a que mais gosta de usar e confia nos resultados para montar sua própria metodologia de trabalho. Assim, com uma metodologia de trabalho pré-definida, toda análise fica mais leve, além de evitar retrabalho e desperdício de tempo. Caso tenha dificuldade no início, peça ajuda a um profissional mais experiente em que você confie para construir essa metodologia;

 

Esse é um assunto muito rico na ergonomia, que nunca se esgota. Agora me conte nos comentários. Qual a sua ferramenta favorita? 

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Por Debora Dengo

Debora Dengo é formada em Fisioterapia com especialização em Ergonomia, Auditoria e Saúde do Trabalhador pela Universidade Positivo, atua há 7 anos com Ergonomia e Saúde do Trabalhador em dezenas de empresas. Possui Formação técnica e cursos pela EPM – International Ergonomics School e Escola Ocra Brasiliana em Check List Ocra, Niosh by Ocra, Ciclos Longos e Alta Precisão e MAPHO. Além de outras ferramentas de análise de risco ergonômico. Tendo total domínio de todas as ABNT NBR ISO de Ergonomia e Normas Regulamentadoras de Ergonomia. Também é mentora de centenas de ergonomistas por todo o Brasil ensinando em suas mentorias como realizar Análises Ergonômicas do Trabalho nas empresas.

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© 2020 Soluções Ergonômicas – CNPJ: 30.031.016/0001-22

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