Uma realidade muito comum do mercado de trabalho é a existência de trabalhadores terceirizados, ou seja, aquele trabalhador que é contratado como CLT em uma empresa, mas atua prestando serviço para outra empresa ou até mais de uma. Esse cenário traz uma dúvida comum para o ergonomista. Afinal, em caso de trabalhadores terceirizados, quem é o responsável pela Análise Ergonômica do Trabalho (AET) desse colaborador?
Legalmente, quem deve realizar a AET é sempre a empresa que detém o funcionário como CLT, ou seja, a prestadora de serviço. Porém, dependendo da situação vivida pela trabalhador, seja um acidente ou uma doença, a empresa contratante do serviço pode entrar com uma co-participação no ocorrido.
Cientes disso, as empresas contratantes podem pedir uma AET para a empresa que aquele funcionário como CLT antes de fechar um contrato de prestação de serviço. É uma demanda comum e uma forma da empresa se proteger. Inclusive, muitas empresas que contratam terceirizados auditam as prestadoras de serviço para checar se o cronograma de ações ergonômicas está funcionando de forma efetiva.
Entretanto, muitas vezes a exigência de uma AET prévia se torna um desafio, pois aquele profissional ainda não iniciou o trabalho na empresa que o contratou. É a antecipação de uma situação de trabalho que ainda não existe. Assim, é mais coerente fazer a Análise Ergonômica quando o trabalhador já está exercendo sua função na contratante. Caso você receba uma solicitação nesse sentido de algum cliente, é importante explicar essa dinâmica e ajustar com ambas as empresas que o mais inteligente a ser feito é realizar a AET do funcionário após iniciado os trabalhos na contratante, para analisar a tarefa real.
Outra situação bem comum é quando a empresa prestadora de serviço conta com um funcionário que atua em vários lugares. Nesses casos, o ideal é separar as situações que mais se repetem na rotina desse trabalhador, já que todo trabalho tem padrões que são seguidos, para fazer a Análise em cima dessas situações.
Como ergonomista, você já precisou atuar entre uma empresa contratante e uma prestadora de serviço? Como foi a experiência? Me conta nos comentários!
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