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GINÁSTICA LABORAL E RODÍZIOS EFICIENTES

18 de fevereiro de 2021Por Debora Dengo0

Saber como e quando implementar ginástica laboral e rodízios de forma eficiente é fundamental na ergonomia, afinal são ações que impactam no dia a dia da empresa e dos funcionários. É preciso entender que para ambas deve ser levado em consideração uma análise prévia, entendendo a realidade do trabalhador e suas necessidades, pois elas não deixam de ser recomendações ergonômicas.

Um dos primeiros passos para o sucesso na hora de implantar ginástica laboral ou rodízio, é entender a diferença entre um e outro. A ginástica laboral é uma pausa ativa, onde o trabalhador pode fazer uma atividade física ou lúdica, interrompendo seu momento de trabalho. Sua implantação é algo mais simples, sendo preciso ajustar os horários e cotar o prestador de serviço, por exemplo.

Já no rodízio, você administra trabalhadores que executam a mesma atividade ao longo de todo o dia e os coloca para rodarem em atividades diferentes. Essa alternância pode ocorrer em postos, linhas ou setores de trabalho diferentes ou mesclando outras tarefas e atividades que antes o colaborador não fazia. No caso da implantação do rodízio, é preciso um estudo maior, um projeto, com um passo a passo detalhado.

QUANDO RECOMENDAR? 

É muito importante lembrar que ambas são medidas de controle ergonômico, que devem ser recomendadas apenas quando o profissional de ergonomia não consegue adaptar o trabalho a ser realizado ao trabalhador, ou seja, quando não é possível eliminar as exigências ergonômicas ali presentes. Portanto, antes de recomendar uma ginástica ou rodízio, é fundamental analisar e tentar eliminar os riscos ergonômicos.

De forma geral, a recomendação ocorre quando detectamos trabalhos executados ao longo do dia sem alternância, quando existe manuseio de carga, repetitividade ou postura estática que ao longo do dia não é alternada.

Em casos de trabalhos estáticos, quando o trabalhador passa o dia sentado no computador digitando, por exemplo ou em trabalhos com alta demanda mental e cognitiva, é mais recomendado a ginástica laboral. Já em atividades repetitivas e com ciclo de trabalho bem definido, como uma linha de produção, manuseio de cargas, principalmente pesadas, ou quando a atividade possui posturas forçadas, é mais recomendado o rodízio. Dessa forma, a exposição ao risco é menor.

Vale reforçar que o fato de existir repetitividade não indica risco. É preciso estudar o limiar de risco. Por exemplo: o fato de um trabalhador precisar trabalhar sentado não indica risco. O que deve ser analisado é por quantas horas seguidas ele fica sentado.

 

QUANDO NÃO FAZ SENTIDO RECOMENDAR? 

Quando o trabalhador realiza atividades muito dinâmicas, com muitos movimentos, manuseios, etc, o ideal é recomendar uma pausa inteligente, para que ele possa de fato descansar e se recuperar. Para ler mais sobre pausas inteligentes, confira este post no blog.

Já quando encontramos atividades variadas ao longo do expediente, não é necessário implementar o rodízio, afinal a variação já ocorre normalmente. Além disso, quando não temos exigências ergonômicas que justifiquem a implementação, o profissional de ergonomia não deve recomendar o rodízio.

 

COMO IMPLEMENTAR GINÁSTICA LABORAL EFICIENTE?

1- Recomendar quando precisa 

Lembre- se: o profissional deve sempre tentar eliminar as exigências e fatores de risco ergonômico, antes de implementar as medidas de controle, como a ginástica laboral.

2 – Evitar horários que antecedem pausas 

São eles: na primeira hora do trabalho, antes e logo depois do almoço e uma hora antes da saída.

Nesta questão do horário, temos o exemplo da ginástica laboral preparatória, que geralmente é realizada antes do início da jornada de trabalho. Neste caso, se os colaboradores dispõem de outros horários de pausa, é recomendado que ela seja mantida no início. Porém, se ela é a única pausa disponível, vale mudar o horário de realização, pois a pausa compensatória é mais eficaz para prevenção de fadiga do que a preparatória.

3 – Ser uma ginástica de alongamento e fortalecimento

 É importante combinar as duas finalidades para o melhor resultado final. O alongamento é importante para a prevenção e o fortalecimento para dar mais força ao trabalhador.

4 – Direcione os exercícios para as atividades 

Se a atividade do trabalhador é predominantemente estática (parada), realize uma ginástica laboral ativa. Se existe uma postura estática sentada, o alongamento e fortalecimento deve ser direcionado para quem trabalha o dia todo sentado, atendendo a um determinado grupo muscular. Por isso, o profissional que realiza a ginástica laboral deve ter pleno conhecimento das atividades que os trabalhadores executam no dia a dia.

5 – Seja criativo 

Busque implementar atividades lúdicas, procurando referências no Google e no YouTube, por exemplo. Avalie a possibilidade de adquirir alguns acessórios, como bolinhas, elásticos e cones, para variar nas atividades propostas. É possível também mesclar com mini aulas de RPG, Pilates e Yoga. É claro que tudo deve ser conversado e acordado com a empresa antes, mas é responsabilidade do profissional que realiza a ginástica sugerir opções variadas.

COMO IMPLEMENTAR RODÍZIOS EFICIENTES?

1- Envolver todos os responsáveis 

Para ter sucesso na implementação do rodízio é essencial envolver todos os responsáveis: gerência, líderes de produção, o profissional de ergonomia e os trabalhadores, de preferência os que fazem parte da CIPA ou do COERGO.

2 – Levantamento de todas as atividades 

É importante levantar todas as atividades que sejam compatíveis de acordo com o cargo. O trabalhador pode se deslocar de setor, de linha, de posto, mas não é possível realizar rodízio com cargos diferentes que não tenham equiparação salarial. Devemos seguir a equiparação de funções, cargos e salários. Para que não ocorra nenhum mal entendido, envolva a gestão, a segurança do trabalho e o RH para auxiliar nesta fase.

3 – Análise das atividades 

O ideal é que todas as atividades que farão parte do rodízio já possuam uma Análise Ergonômica. Caso não exista, o profissional de ergonomia deve fazer, afinal, não é possível melhorar algo que não foi mensurado.

4 – Definir os riscos 

Faça um levantamento de todas as exigências biomecânicas e/ou riscos existentes em cada atividade. Só assim você vai saber se o rodízio será eficiente. Esse será seu embasamento.

5 – Simulação de como ficaria o rodízio 

Antes de implementar o rodízio, simule para testar e fazer as mudanças e adaptações necessárias. Simule os valores em ferramentas, caso você esteja utilizando, até que encontre um tempo saudável de exposição em cada atividade. É importante que os responsáveis citados no item 1 estejam envolvidos também nas simulações.

6 – Simulação da análise ergonômica

Feitas as simulações de troca de atividades, é preciso simular os riscos ergonômicos. Chegar ao valor do risco e entender quanto vai sobrar de risco para cada atividade, para cada pessoa, após as trocas. Caso o profissional de ergonomia implemente o rodízio sem as simulações prévias, pode haver um imenso retrabalho e perda de tempo ao descobrir que o rodízio adotado não está sendo eficaz para redução ou eliminação dos riscos ergonômicos.

7- Validar com os envolvidos 

Após todas as simulações positivas, valide com um teste entre os trabalhadores.

8 – Testar no posto de trabalho

O teste no posto de trabalho pode durar um dia, dois dias ou uma semana, depende da realidade da empresa. É neste momento que realizamos os ajustes necessários de forma prática.

9 – Coletar feedback dos trabalhadores 

Aplique um Censo com os Trabalhadores para avaliar a percepção dos mesmos com relação ao rodízio. Pergunte o que eles acharam da medida, qual foi a percepção, o que melhorou, o que piorou, o que pode ser mudado, se reduziu alguma queixa.

10 – Reanálise ergonômica para comprovar a eficácia 

Com a reanálise conseguimos medir as melhorias, os avanços e assim conseguimos comprovar a eficácia. Além de ser importante para deixar registrado a modificação que houve nesse cargo e manter a AET atualizada.

11- Acompanhamento de dados 

Acompanhe as queixas, faltas, afastamentos, reclamações, atestados. O rodízio só vai ser realmente eficaz se for possível mensurar as melhorias. E a tendência é que se o rodízio for eficaz, todos esses dados acima reduzam.

 

DICAS EXTRAS

1 – Um rodízio eficiente deve ocorrer no mínimo de uma em uma hora e no máximo de duas em duas horas;

2 – Aproveite as pausas para realizar o rodízio (após as pausas, retornar ao posto e fazendo a troca da atividade);

3 – Treine os trabalhadores antes do teste para que eles saibam realizar todas as atividades que envolvem o rodízio.

 

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Por Debora Dengo

Debora Dengo é formada em Fisioterapia com especialização em Ergonomia, Auditoria e Saúde do Trabalhador pela Universidade Positivo, atua há 7 anos com Ergonomia e Saúde do Trabalhador em dezenas de empresas. Possui Formação técnica e cursos pela EPM – International Ergonomics School e Escola Ocra Brasiliana em Check List Ocra, Niosh by Ocra, Ciclos Longos e Alta Precisão e MAPHO. Além de outras ferramentas de análise de risco ergonômico. Tendo total domínio de todas as ABNT NBR ISO de Ergonomia e Normas Regulamentadoras de Ergonomia. Também é mentora de centenas de ergonomistas por todo o Brasil ensinando em suas mentorias como realizar Análises Ergonômicas do Trabalho nas empresas.

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