fbpx
 

CINCO OBSTÁCULOS EM UMA ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO

26 de março de 2021Por Debora Dengo0

A rotina do profissional de ergonomia, assim como vemos em outras profissões, também conta com a superação de alguns obstáculos. Eles podem ser conhecidos, como os que iremos abordar neste texto ou ainda desconhecidos, que você só irá descobrir ao chegar no cliente e iniciar o trabalho. Para esses casos é sempre bom contar também com um grupo de apoio, como mentorias na área onde tem outros profissionais atuantes, pois será possível trocar ideias com outros profissionais e encontrar boas soluções.

Neste artigo iremos abordar os cinco obstáculos mais comuns encontrados em uma análise ergonômica, para que você possa conhecê-los e entender também como superá-los.

1 – Ganhar a confiança dos trabalhadores 

Toda análise ergonômica é norteada com base no que os trabalhadores nos relatam nas entrevistas, por isso, ganhar a confiança deles é muito importante. Quando o funcionário confia no ergonomista, ele relata as situações de forma fidedigna, o que é essencial para o sucesso de uma AET. Essa realidade pode ser especialmente desafiadora para os consultores, que geralmente estão naquela empresa pela primeira vez e são como estranhos para os funcionários.

Como superar esse obstáculo?

Primeiro, converse com a empresa que te contratou para ela já informar aos trabalhadores que será realizada uma análise ergonômica, com a presença de um ergonomista que irá entrevistá-los, etc.  Essa primeira etapa é responsabilidade da empresa, mas é bom que você dê essa dica, pois muitos clientes não sabem que precisam fazer isso.

Quando já estiver na empresa, fazendo o tour inicial para conhecer todas as dependências, não se mostre arrogante nem tímido. Seja simpático, cordial, olhe nos olhos dos funcionários, cumprimente a todos. Muitos deles irão participar da entrevista e esse primeiro contato já causa uma boa impressão.

Na entrevista, se apresente para cada trabalhador, explique em detalhes, mas de forma clara e simples, o que significa o seu trabalho, o que você está fazendo ali e por que é importante contar com as informações que ele tem a passar. Mostre que você está ali para ajudar, encontrar soluções de melhoria para as dificuldades do dia a dia de trabalho, prevenir dores e queixas e explique que o nome dele não será divulgado no documento da análise ergonômica. Para te ajudar, monte um roteiro de perguntas, mas não fique engessado. Transforme a entrevista em uma boa conversa.

Muitas vezes o trabalhador pensa que o ergonomista está ali como um fiscal ou até mesmo para avaliar seu desempenho na empresa, por isso é muito importante explicar o que você está fazendo ali, deixando claro que sua função é ajudar e que ele é um aliado nesse processo.

 

2 – Coleta de dados incompleta 

Muitas vezes o profissional de ergonomia cai de paraquedas em um setor, sem ter informações e já quer coletar tudo, sem saber direito as atividades que ali acontecem, a dinâmica dos trabalhadores e isso acaba resultando numa coleta de dados incompleta.

A coleta de dados nada mais é do que ir a campo reunir todas as informações que você julga necessárias para realizar a análise ergonômica e chegar a um diagnóstico. Ela deveria só acontecer após a realização da entrevista. Fotos, vídeos, medidas com trena ou equipamentos de medição, anulações, aplicação de ferramentas e checklist. Tudo isso faz parte da coleta de dados. Ela é primordial, pois se você coletar alguma coisa errada ou algum item ficar pendente, sua análise será prejudicada.

Como superar esse obstáculo?

Primeiro, não colete nenhum dado antes da entrevista com os trabalhadores, pois é ela que irá direcionar o seu olhar e seu trabalho de campo.

Quando estiver na empresa reunindo os dados, leve formulários de coleta, já baseados nas entrevistas. Assim, você reúne todos os itens que precisa averiguar e se certifica que não está esquecendo de nada.

Neste artigo eu explico em detalhes como realizar uma coleta de dados inteligente. Não deixe de ler!

 

3 – Metodologia para análises 

Metodologias são embasamentos que o profissional de ergonomia utiliza em uma análise ergonômica para diagnosticar cada situação ergonômica encontrada, o que acaba gerando dúvidas. Existem casos simples, quando temos uma exigência de manuseio manual de cargas, por exemplo. Nessa situação sabemos que a metodologia utilizada será o Niosh.

Porém, na vida real temos mais de 50 exigências ergonômicas diferentes para analisar, então precisamos ter conhecimento de mais de 50 metodologias para conseguir realizar as análises de forma correta.

Como superar esse obstáculo?

Para isso, é preciso desenvolver um método de análise ergonômica, uma estruturação, um embasamento, onde você reúne as exigências ergonômicas e as metodologias que se aplicam a elas.

É possível criar seu próprio método, através de estudos, testes e validações ou você pode aprender um método já existente, como os meus alunos, que aplicam a metodologia que eu desenvolvi em suas análises. Para saber mais sobre o Treinamento MDD de Passo a Passo de AET, é só clicar aqui.

Cada cliente e modo operatório que encontramos são diferentes, mas os fatores de risco ergonômicos se repetem, então quando você já tem essas informações organizadas e compiladas, o trabalho fica muito mais objetivo.

 

4 – Como propor soluções ergonômicas 

Esse é outro grande obstáculo enfrentado pelos ergonomistas. Quando você faz uma análise ergonômica e detecta um risco ergonômico, é preciso sugerir uma solução ergonômica eficaz. Nesse momento alguns profissionais se confundem, pois acabam propondo soluções genéricas e não direcionadas para aquele problema.

É importante propor soluções ergonômicas assertivas para que a sua AET não se torne um documento engavetado. Se você não propõe um cronograma de ações, sua análise ergonômica será apenas um papel. O plano de ação é a cereja do bolo na ergonomia e não deve ser ignorado. São essas ações que podem eliminar ou diminuir um risco ergonômico.

Como superar esse obstáculo?

É essencial saber a origem do risco ergonômico. Caso contrário, qualquer sugestão que você recomende vai ser um paliativo e não resolverá a causa raiz do problema. Imagine que você vai ao médico com uma dor de cabeça. Se ele não investigar a causa da dor e apenas te passar um analgésico, a dor vai voltar algumas horas depois. Se ele fizer uma boa avaliação e detectar a origem da dor, poderá tratá-la de forma eficaz. Esse mesmo raciocínio deve ser aplicado para a ergonomia.

Agora um exemplo dentro da ergonomia: vamos imaginar que em um determinado cargo encontramos um risco ergonômico,  pois é manuseado cargas pesadas, com amplos deslocamentos e posturas ruins. Não adianta propor ginástica laboral se não agir na causa raiz desse risco ergonômico. A  ginástica laboral é muito boa, e recomendo em determinadas situações para vários clientes. Porém neste caso o risco ergonômico continuará existindo, pois não solucionei a causa raiz desse problema.

5 – Convencer a empresa a implementar as melhorias 

Antes de tudo, aqui vale ressaltar que convencer não é ludibriar e sim conseguir explicar para a empresa a importância de implementar as soluções ergonômicas propostas na análise.

Como superar esse obstáculo?

Você pode fazer isso através de uma reunião, explicando em uma apresentação os benefícios da ergonomia de forma geral ou mostrando de modo mais específico como cada melhoria ergonômica proposta pode beneficiar a realidade da empresa. O ideal é mesclar essas duas visões – a mais geral e a específica.

E esse momento é crucial. Se o profissional de ergonomia está recomendando uma sugestão, mas não tem nenhum embasamento, como ele pode defendê-la e mostrar seu benefício para a empresa?  Afinal, é natural que o cliente questione e queira entender a sua decisão. Por isso, o item 4 e o 5 andam juntos. Para convencer seu cliente a implementar melhorias, você deve saber propor soluções ergonômicas assertivas, para assim defender seus argumentos de forma embasada.

Caso você queira estudar um pouco mais sobre como explicar a importância da ergonomia para as empresas, confira este artigo no blog. 

É claro que o profissional de ergonomia deve defender seus pontos e mostrar para a empresa os benefícios das melhorias ergonômicas, mas ainda assim ele não pode obrigar ninguém a fazer algo, já que não é um fiscal da lei. Por isso, dê o seu melhor, argumente, traga números e exemplos, mas não se sinta culpado se mesmo assim seu cliente optar por não adotar as sugestões propostas.

 

Mesmo com obstáculos, a ergonomia é um campo repleto de boas oportunidades de atuação. Desafios fazem parte da trajetória de todo profissional e nos ajudam a crescer e chegar mais longe, por isso não tenha medo de encará-los.

 

 

Quer estudar e aprender mais sobre ergonomia em vídeos também? Se inscreva no meu canal no YouTube e não perca nenhum conteúdo! É só clicar aqui. Você também pode acompanhar e receber muita informação no meu canal do Telegram: https://t.me/deboradengo

Conheça também nosso treinamento de passo a passo de Análise Ergonômica do Trabalho clicando aqui. Ao se cadastrar na lista de espera você receberá todas as informações sobre o treinamento no e-mail cadastrado =]

 

Facebook Comentários

Por Debora Dengo

Debora Dengo é formada em Fisioterapia com especialização em Ergonomia, Auditoria e Saúde do Trabalhador pela Universidade Positivo, atua há 7 anos com Ergonomia e Saúde do Trabalhador em dezenas de empresas. Possui Formação técnica e cursos pela EPM – International Ergonomics School e Escola Ocra Brasiliana em Check List Ocra, Niosh by Ocra, Ciclos Longos e Alta Precisão e MAPHO. Além de outras ferramentas de análise de risco ergonômico. Tendo total domínio de todas as ABNT NBR ISO de Ergonomia e Normas Regulamentadoras de Ergonomia. Também é mentora de centenas de ergonomistas por todo o Brasil ensinando em suas mentorias como realizar Análises Ergonômicas do Trabalho nas empresas.

Facebook Comentários
https://solucoesergonomicas.com.br/wp-content/uploads/2020/08/Footer.png
SIGA-NOSRedes Sociais
Confira nossas redes sociais e fique por dentro de todas as novidades e ofertas exclusivas.
https://solucoesergonomicas.com.br/wp-content/uploads/2020/08/Footer.png
ACESSEInformações
SIGA-NOSRedes Sociais
Confira nossas redes sociais e fique por dentro de todas as novidades e ofertas exclusivas.

© 2020 Soluções Ergonômicas – CNPJ: 30.031.016/0001-22

© 2020 Soluções Ergonômicas – CNPJ: 30.031.016/0001-22

Facebook Comentários