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COMO PROPOR SOLUÇÕES ERGONÔMICAS ASSERTIVAS

7 de janeiro de 2021Por Debora Dengo0

Uma das regras de ouro para um bom trabalho na ergonomia é apresentar soluções ergonômicas, além de riscos e problemas, para o cliente. Porém, essas soluções precisam ser assertivas. E o que isso quer dizer? Elas devem ser coerentes com a realidade da empresa e com os riscos e problemas existentes; eficazes, já que muitas podem demandar tempo e dinheiro, e também sustentáveis, que durem e funcionem sem que a empresa precise fazer intervenções de curto e médio prazo.

Porém, antes de entender como propor soluções ergonômicas assertivas, vamos conhecer melhor esses conceitos básicos:

O que são soluções ergonômicas

São sugestões elaboradas para a implementação em uma empresa, que geralmente acontecem após uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET). Também pode acontecer quando o ergonomista é contratado para analisar uma situação específica ou somente um problema isolado, mas que já existe há algum tempo.

Uma solução ergonômica pode ser algo simples, como um ajuste de mobiliário, um apoio de monitor com regulagem de altura, por exemplo, ou algo bem mais complexo, que vai envolver altos custos, uma equipe multidisciplinar e um estudo bem aprofundado antes da implementação. Portanto, podemos encontrar vários níveis de soluções.

Quando precisamos propor soluções ergonômicas? 

De maneira geral, quando existe um risco ergonômico ou um fator de risco ergonômico, que é algo que já incomoda, já causa uma queixa, mas ainda não é risco de fato. O profissional pode observar também uma oportunidade de melhoria para a empresa, algo que pode gerar um aumento de produtividade e propor uma sugestão ergonômica para melhorar a situação. Nesse caso, antes de qualquer coisa, é preciso alinhar com a chefia da empresa, por não ser uma implementação “obrigatória”, e sim, uma sugestão opcional de melhoria.

 

Onze passos para propor uma solução ergonômica assertiva 

 

Passo 1: Realizar uma análise da situação

Não proponha soluções para situações que você não conhece profundamente. É preciso entender o dia a dia da empresa, conhecer a atividade em detalhe, a rotina dos trabalhadores. Esse estudo pode ser feito através de uma Análise Ergonômica ou em uma análise pontual de um caso  específico, mas que ainda assim deve levar em conta todo o contexto.

Para cada solução ergonômica proposta, é preciso pensar no antes e no depois daquela atividade, por que às vezes uma solução que melhora essa atividade analisada pode impactar negativamente alguma etapa do ciclo, por isso é importante essa visão do todo.

A situação a ser analisada pode ser de risco ergonômico, de fator de risco ergonômico, de queixa, de desconforto, uma situação de alta rotatividade em um setor, afastamentos, processos trabalhistas. São várias demandas que envolvem uma solução ergonômica. Por isso é importante também saber o motivo da realização desse estudo (demanda) para entender como propor a solução ergonômica mais assertiva.

 

Passo 2: Saber se essa situação que precisa de uma solução ergonômica é um risco ergonômico ou não 

Quando você sabe que é um risco ergonômico, você dá prioridade para aquela ação. É importante entender as prioridades e é durante a análise que podemos fazer isso. Pois sempre nas nossas sugestões de melhoria, no nosso cronograma de ação, daremos prioridade para as situações de risco ergonômico primeiro.

 

Passo 3: Encontrar a origem desse risco

Não tem como propor uma solução ergonômica eficiente se você não sabe a causa daquele problema. Dessa forma é impossível corrigir um risco. Quando a origem é conhecida, fica claro para o profissional as soluções que ele vai precisar propor.

Veja um exemplo para você entender melhor:

Se você vai ao médico porque está com dor de cabeça há muitas semanas, se ele só te recomendar um analgésico, a dor vai passar momentaneamente mas logo irá voltar, pois ele não investigou a origem da dor.

Na ergonomia é a mesma coisa, precisamos encontrar a origem do risco ergonômico para sugerir um “remédio” eficaz, que trate a origem do problema e não somente a consequência dele, que na nossa analogia seria a dor de cabeça.

E como descobrir a origem do risco ergonômico? Analisando, conversando com os trabalhadores envolvidos naquela atividade, entendendo o que acontece na rotina de trabalho, questionando o porquê de determinadas situações. Na ergonomia, é preciso ser inquieto e questionar sempre.

 

Passo 4: Perguntar para os trabalhadores como eles acham que o problema pode ser resolvido 

Antes de propor uma solução, ouça o que o trabalhador tem a dizer, porque geralmente eles trazem saídas. Desça do pedestal e ouça quem está ali o dia todo, no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas.

É claro que o ergonomista conta com um olhar diferenciado, treinado e uma percepção diferente, pois ele conhece de ergonomia. Mas quem conhece sobre aquele trabalho específico são os trabalhadores.

A ergonomia é muita dinâmica, já que existem empresas dos mais variados setores. Por isso, é muito comum lidarmos com uma situação que nunca vimos na vida e essa conversa com o trabalhador pode fornecer muitos insights. 

Muitas vezes, quem irá trazer uma solução ergonômica assertiva para o risco ergonômico é o próprio trabalhador.

 

Passo 5: Use sua mente criativa 

Após receber o feedback do trabalhador, você vai analisar se o que eles falaram faz sentido e então,  pensar se pode melhorar as sugestões, incrementar, para ela ser ainda mais eficaz do ponto de vista ergonômico, prezando pelos três pilares que são eficiência, segurança,e conforto.

Use sua expertise em ergonomia para avaliar tudo que foi falado, se perguntar se faz sentido, o que você pode melhorar, incluindo novas e variadas sugestões.

 

 

Passo 6: Saber se a empresa pode implementar as sugestões

Procure saber se, entre as sugestões que você sugeriu, a empresa já tem recursos internos para implementá-las. Muitas vezes ela já pode fornecer o que é preciso para implementar as sugestões de melhoria com a sua própria matéria prima, com a sua própria mão de obra. Nesses casos, os gestores são as pessoas certas para os direcionamentos necessários.

 

Passo 7: Selecionar a solução ergonômica mais acessível

Selecione a solução mais acessível para iniciar o processo de implementação, pois pode ser que ela já funcione e assim não será preciso adotar soluções mais custosas ou demoradas.

Caso a solução ergonômica mais acessível não funcione de forma eficaz, parta para as soluções mais complexas ou com investimentos maiores, por isso é importante que para cada risco ergonômico você sugira mais que uma sugestão de melhoria.

 

Passo 8: Reavalie 

Aqui, use os mesmos parâmetros de quando você detectou o problema. Se no momento da análise eu usei a ISO 11228-1, no momento da reanálise, que é após a implementação da solução ergonômica, eu também vou utilizar a mesma ISO 11228-1, por exemplo,  porque só assim teremos um comparativo de verdade do antes e depois.

Também é preciso reavaliar com o feedback dos trabalhadores o antes e depois. É interessante usar o Censo de Ergonomia, de Couto por exemplo, que é um formulário bem simples e eficiente.

 

Passo 9: Documentar 

É importante documentar a análise, a implementação de melhorias, os avanços e resultados alcançados.

Você pode documentar com uma espécie de “Diário da Ergonomia” da empresa, ou também através da metodologia 5W2H, muito utilizada em processos de gestão de Saúde e Segurança do Trabalho nas empresas pelos profissionais da área.

 

Passo 10: Se não deu certo, reveja 

É importante ter um plano B, com outras opções e soluções propostas, justamente para esses casos em que a solução inicial não dá certo. Assim, você pode apenas revisar e propor a nova solução, sem precisar de retrabalho.

 

Passo 11: Se necessário, contrate um serviço especializado naquela situação

Às vezes,  você conhece o risco, mas sozinho como profissional da ergonomia não consegue ir além. Nesses casos, pode ser necessário a contratação de um serviço especializado para a implementação da melhoria ser realmente efetiva.

Vamos usar um exemplo para ilustrar: em uma análise para uma empresa de produção de maquinário, você verifica que o barracão de produção é muito quente, detectando risco ergonômico para temperatura, que pode causar sensação de cansaço,  ritmo lento e falta de concentração. É claro que existem medidas que poderiam ser adotadas como pausas em ambiente climatizado, bebedouros de fácil acesso, roupas adequadas, que são medidas de controle, porém não seriam suficientes, já que o local de trabalho continuaria quente (a origem do risco continuaria existindo). Nesse caso, é preciso contratar uma empresa de climatização especializada em ambientes corporativos. Toda essa implementação deve ser acompanhada pelo profissional da ergonomia, que irá verificar se os padrões de conforto estão dentro das referências para ergonomia e assim os funcionários poderão trabalhar com mais qualidade.

 

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Por Debora Dengo

Debora Dengo é formada em Fisioterapia com especialização em Ergonomia, Auditoria e Saúde do Trabalhador pela Universidade Positivo, atua há 7 anos com Ergonomia e Saúde do Trabalhador em dezenas de empresas. Possui Formação técnica e cursos pela EPM – International Ergonomics School e Escola Ocra Brasiliana em Check List Ocra, Niosh by Ocra, Ciclos Longos e Alta Precisão e MAPHO. Além de outras ferramentas de análise de risco ergonômico. Tendo total domínio de todas as ABNT NBR ISO de Ergonomia e Normas Regulamentadoras de Ergonomia. Também é mentora de centenas de ergonomistas por todo o Brasil ensinando em suas mentorias como realizar Análises Ergonômicas do Trabalho nas empresas.

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© 2020 Soluções Ergonômicas – CNPJ: 30.031.016/0001-22

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