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Ergonomia em Hospitais e a Força-Tarefa

12 de novembro de 2020Por Debora Dengo0

A ergonomia é uma profissão dinâmica e desafiadora, pois reserva ao profissional muitos cenários de atuação. Seja em uma empresa de telemarketing ou em um frigorífico, a ergonomia é necessária, portanto é importante que o profissional esteja sempre aberto a novas experiências e desafios que possam surgir.

Umas dessas oportunidades de atuação é a ergonomia em hospitais, onde o foco é muito voltado para a organização e a gestão do trabalho hospitalar. A ocorrência de forças-tarefas em hospitais também é algo comum. Ela é uma ação em conjunto do Ministério Público do Trabalho, Secretaria do Trabalho, CERESTs e CREA, onde os sindicatos das categorias também podem participar. São diversos profissionais envolvidos, incluindo ergonomistas, onde cada um cuida da sua área de atuação, realizando um pente fino em questões de saúde e segurança do trabalho.

A força-tarefa tem um caráter educativo. Ela realiza uma vistoria naquela empresa, aponta o que precisa ser mudado, mas só se torna punitiva se tiver autos lavrados pelos auditores do trabalho. Geralmente a força-tarefa gera um Termo de Ajuste para a empresa, com medidas e prazos a cumprir. Se após o prazo, as medidas não tiverem sido cumpridas, a empresa recebe um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Se mesmo após o prazo do TAC a empresa não tiver realizado as adequações, pode começar a aplicação de multas. É importante ter em mente que contar com o trabalho de um ergonomista e fazer as adequações é muito mais vantajoso financeiramente do que pagar as multas, que são altas.

Quando olhamos para a ergonomia em hospitais, um dos maiores desafios é lidar com as questões arquitetônicas e de engenharia em si, onde o profissional precisa adequar a edificação, que muitas vezes é antiga, e buscar soluções criativas. Mobiliário em geral, elevadores, tamanho dos quartos, largura de portas, desenho de rampas, elevadores pequenos. São inúmeros os desafios que um ergonomista pode encontrar.

 

Para isso, é preciso sempre olhar o todo. Por exemplo, se você tem quartos com passagens pequenas, onde não é possível passar uma maca e enfermeiros ao mesmo tempo, o ideal é que você acomode ali doentes que não estão precisando de acompanhamento, que não estejam acamados a ponto de não conseguirem  realizar funções básicas como se levantar sozinhos ou tomar banho sem ajuda.

Porém, esse tipo de reestruturação envolve diversas áreas. É preciso construir e validar todas as mudanças com a gestão do setor e isso é algo que leva tempo, envolve muitas etapas e pessoas, afinal qualquer simples mudança implica em uma alteração na dinâmica hospitalar, que é algo muito intenso. É importante reforçar que todo trabalho deve ser casado com a NR 32 e com a NR 17, além das ISO’s (Organização Internacional de Normalização) de ambiente hospitalar e das ONA’s (Organização Nacional de Acreditação).

Outra desafio é a parte psicossocial e cognitiva. Em um hospital você lida com a vida das pessoas e os profissionais convivem com a frustração por não ter conseguido salvar uma vida, por não ter conseguido ser melhor naquele momento. Existe também todo o estresse e pressão do dia a dia. Para situações mais delicadas e graves é sempre possível contar com um psicólogo do próprio hospital, mas também existem ações que amenizam a carga mental e física dos trabalhadores. Uma opção pode ser a aplicação de Reiki, um tipo de terapia integrativa, a fim de restaurar o equilíbrio entre o campo mental e emocional e regularizar as funções vitais. É fundamental também que os funcionários possam contar com salas de pausa adequadas, que garantam o descanso que precisam entre os turnos.

Muitos hospitais contam com maquinários como guincho elevador de pacientes, entre outros equipamentos, que são essenciais para evitar sobrecarga, lesões e doenças lombares nos colaboradores. Porém, em muitos lugares os funcionários não sabem operar esses aparelhos corretamente e alguns acabam nem sendo usados. Para combater esse cenário, o ergonomista deve aprender a utilizar esses aparelhos previamente e montar um treinamento completo para os colaboradores, para que os mesmo tenham segurança em operar esse tipo de maquinário.

O treinamento ergonômico para funcionários de hospitais inclusive é obrigatório, como consta na NR 32 (32.10.3). Com seis horas de duração, os trabalhadores podem aprender técnicas de fisioterapia e manuseio ergonômico de pacientes no leito. A atuação de um ergonomista em locais com uma dinâmica tão intensa e desafiadora como hospitais é fundamental, pois ele tem um olhar externo e vê coisas que as pessoas que estão ali todo dia não conseguem perceber.

Quando pensamos em ferramentas ergonômicas que podem ajudar a avaliar os riscos em uma rotina hospitalar, o MAPHO, que trata do manuseio de pacientes no leito, pode ser uma boa opção,  mas o mais importante é o observar todo o ciclo de atividades. Na rotina hospitalar, um funcionário tem uma série de tarefas e o manuseio de pacientes é apenas uma delas. Por isso, uma escala de trabalho bem feita e eficiente é fundamental para não sobrecarregar o trabalhador.

Além disso, as dinâmicas são as mais variadas. O trabalho em uma UTI é totalmente diferente de uma maternidade, por exemplo.  Por isso é primordial acompanhar a rotina do hospital de perto, prestando uma assessoria de médio ou longo prazo, para que o ergonomista tenha tempo de analisar e estudar as situações, treinar os colaboradores e propor soluções que façam sentido no dia a dia.

 

A ergonomia em hospitais é uma atuação muito rica em oportunidades, desafios e aprendizado. Me conte nos comentários se você já atuou nessa área!

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Por Debora Dengo

Debora Dengo é formada em Fisioterapia com especialização em Ergonomia, Auditoria e Saúde do Trabalhador pela Universidade Positivo, atua há 7 anos com Ergonomia e Saúde do Trabalhador em dezenas de empresas. Possui Formação técnica e cursos pela EPM – International Ergonomics School e Escola Ocra Brasiliana em Check List Ocra, Niosh by Ocra, Ciclos Longos e Alta Precisão e MAPHO. Além de outras ferramentas de análise de risco ergonômico. Tendo total domínio de todas as ABNT NBR ISO de Ergonomia e Normas Regulamentadoras de Ergonomia. Também é mentora de centenas de ergonomistas por todo o Brasil ensinando em suas mentorias como realizar Análises Ergonômicas do Trabalho nas empresas.

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© 2020 Soluções Ergonômicas – CNPJ: 30.031.016/0001-22

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