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COMO ESTRUTURAR SEU TREINAMENTO DE ERGONOMIA PARA HOME OFFICE

19 de março de 2021Por Debora Dengo0

Uma nova realidade para muitas pessoas, trazida pela pandemia do coronavírus, o home office, formato de trabalho remoto, veio para ficar. Hoje, após um ano do início da crise, vemos que esse modelo de trabalho não é uma onda passageira, visto que muitas empresas decidiram por mantê-lo ou adotá-lo com adaptações, mesmo após a flexibilização.

Para quem é profissional de ergonomia, é uma grande oportunidade de abordar o tema com seus clientes, que com certeza estão lidando com os desafios e as novidades trazidos por um novo formato de trabalho que muitos não estavam acostumados. Ergonomia em home office não se trata apenas de regular mesa e cadeira, existe uma extensa gama de situações onde ela é essencial, por isso vale incluir no seu portfólio de serviços e atuar de forma consciente com as empresas e seus trabalhadores.

 

 

HOME OFFICE NO BRASIL E NO MUNDO

Uma pesquisa global realizada pelo software Capterra e pelo Instituto de Estudos Gartner com empresas de pequeno e médio porte, mostrou que em abril do ano passado, 59% dos trabalhadores do mundo estavam em home office. E o Brasil ficou à frente da média geral, com 77% dos trabalhadores em home office, ficando entre os 9 primeiros países do ranking. Entre os entrevistados, 55% consideram trabalhar em home office no futuro (manter ou começar) e 70% das empresas afirmaram que conseguiram se adaptar a esse novo cenário de trabalho remoto.

Segundo o professor André Miceli, da Fundação Getúlio Vargas, o formato de trabalho home office ainda deve crescer 30% no Brasil após o fim da pandemia. A verdade é que, após muitas empresas adotarem o home office às pressas, devido ao cenário de incerteza, com o passar dos meses as pessoas viram que não era tão simples toda essa adaptação do trabalho da empresa para a casa de seus funcionários. Assim, a ergonomia foi se mostrando fundamental.

Quando alguém não consegue trabalhar adequadamente pois a luz da sua casa não é boa, quando o trabalhador precisa lidar com ruídos em casa ou até mesmo na rua ou quando é preciso adaptar uma cadeira que dê mais conforto e segurança ao indivíduo, estamos falando da importância da implantação da ergonomia.

 

COMO ESTRUTURAR O TREINAMENTO ERGONÔMICO PARA TRABALHADORES EM HOME OFFICE 

1 – Conhecer a realidade da empresa hoje

Antes de montar o treinamento ergonômico, é essencial conhecer a realidade da empresa. É preciso entender se todos os funcionários estão de home office ou apenas alguns, se houve casos de contaminação e até mesmo óbitos e também se informar quanto às demissões. Esse alinhamento prévio faz com que você monte um treinamento que faça sentido a todos os envolvidos, com informações direcionadas, o que irá prender a atenção da sua audiência. E é claro, evita que você fale algo inadequado.

2 – Conhecer a realidade dos trabalhadores

Como o profissional de ergonomia pode recomendar uma regulagem de cadeira, se nem sabe se o trabalhador possui uma cadeira regulável de escritório ou usa o banco de plástico da cozinha? Esse tipo de informação detalhada é essencial para montar um treinamento eficaz. Apure esses dados com o seu contratante. É importante checar se a empresa disponibilizou para os funcionários algum equipamento ou mobiliário ergonômico. Pergunte também qual é a maior dificuldade enfrentada no home office. Essa coleta de dados pode ser feita através de um formulário no Google Forms, assim você recebe as respostas em tempo hábil para adaptar o seu material. Lembre-se, é claro, de pedir autorização para a empresa e seja coerente nas perguntas.  Esse deve ser um trabalho bem direcionado, pois a realidade dos trabalhadores influencia totalmente no que será abordado.

3 – Verifique se a empresa pode fornecer equipamentos

Antes de dar uma sugestão para um problema, é preciso saber se seu cliente poderá cumprir com o proposto, caso contrário, você pode causar uma saia-justa. Verifique se a empresa pode fornecer seus equipamentos ergonômicos para que os funcionários trabalhem de casa, sejam mesas, cadeiras, mouse, teclado, etc. Muitas pessoas no início não tiraram suas coisas dos escritórios, mas com a permanência do home office, diversas empresas providenciaram a retirada desses equipamentos, justamente para que todos pudessem ter mais recursos, mesmo que remotamente. É uma forma barata e fácil de se adaptar, basta fazer um documento apontando tudo que está sendo emprestado como controle.

4 – Estruturar o treinamento

Uma boa opção para estruturar seu treinamento de ergonomia para home office é dividi-lo nas grandes áreas da ergonomia: ambiental, psicossocial e cognitiva, organizacional, biomecânica e equipamentos e mobiliários.

AMBIENTE

Iluminação – Algumas dicas para melhorar a iluminação do ambiente de trabalho: abrir as cortinas, manter a luz acesa mesmo durante o dia, posicionar a mesa mais perto de uma janela, usar uma luminária adicional, seja um abajur ou qualquer item que já tenha em casa, de preferência com luz branca (ao invés de amarela) e de led. Esses direcionamentos parecem simples, mas no dia a dia em casa muitas vezes não nos atentamos, pois estamos acostumados a trabalhar em um escritório que já cumpre esses itens.

Ruídos: Feche as janelas e a porta do local de trabalho ou use um fone de ouvido acolchoado. É possível testar também uma música ambiente bem baixa, que ajuda a abafar o ruído do entorno além de auxiliar na descompressão mental.

Crianças: Coloque uma plaquinha divertida na porta informando que está trabalhando, fazendo uma reeducação para esse novo momento.

 

ORGANIZACIONAL / PSICOSSOCIAL E COGNITIVO 

Produtividade – Uma boa opção é utilizar a técnica do Pomodoro, que consiste em realizar 4 rodadas de trabalho de 25 minutos, com pausas de 5 minutos entre cada uma delas. Após essas duas horas, é possível fazer uma pausa mais longa, de 15 a 30 minutos, para um relaxamento maior. É importante que as rodadas de trabalho sejam feitas com foco total. Para facilitar, use o cronômetro do seu celular para acompanhar o tempo e aproveite as pequenas pausas para um alongamento rápido, beber água, ir ao banheiro.

Crianças – É possível incluir as crianças na técnica do Pomodoro também, propondo uma espécie de desafio, respeitando a rodada de 25 minutos de trabalho e brincando 5 minutos. Após as duas horas, elas poderão brincar por mais tempo e quem completar o dia ganha um prêmio no final.

Rotina – É importante que o trabalhador mantenha a rotina que já existia quando ia para o escritório. Acordar no mesmo horário, tomar banho, café da manhã, usar uma roupa confortável, mas que não seja um pijama. Respeitar esse ciclo faz com que o cérebro entenda que está na hora de produzir.

Horários – O trabalhador deve cumprir com os horários que já existiam. Se no escritório ele trabalhava de 9h às 18h, com intervalo para o almoço, assim deve ser em casa. Grupos corporativos de Whatsapp e Telegram podem ser silenciados após o horário do expediente. Respeitar o início e o fim do trabalho é um diferencial para a saúde mental também.

Organização do trabalho em equipe – Ferramentas para gestão de equipes de forma virtual também são muito eficazes e importantes para manter a comunicação e a organização do trabalho. Com o Trello, por exemplo, é possível gerenciar em tempo real o andamento de projetos em equipe, checar quem está fazendo o que, como estão os prazos, o que está fluindo e o que está atrasado, mantendo a equipe alinhada, mesmo que todos estejam distantes.

Noticiários – O excesso de informação é um grande problema nos dias de hoje e acaba sobrecarregando a todos. Leia as notícias apenas uma vez por dia, para evitar acúmulo de carga negativa.

 

MOBILIÁRIOS E EQUIPAMENTOS 

Mesa: o ideal é que o colaborador consiga trabalhar em uma mesa que tenha espaço de profundidade, para colocar as pernas embaixo. Além disso, que a largura seja suficiente para caber todos os equipamentos em cima e utilizá-los com conforto. Deixe o local limpo e mantenha ali só o necessário para o dia a dia do trabalho.

Muitas pessoas têm em casa bancadas altas, como aparadores. Essa pode ser uma boa opção para apoiar o computador e trabalhar de pé por um tempo e alternar posturas.

Cadeira: se o funcionário possui uma cadeira de escritório regulável, é preciso regular a altura de modo que, com o braço relaxado, o cotovelo em 90 graus  fique na linha do tampo da mesa (na mesma altura).

Ainda com uma cadeira regulável e com uma mesa com um bom espaço, é possível apoiar os braços na mesa para descansar. Se não houver espaço, o suporte de braço pode funcionar como uma “extensão da mesa”. E caso o apoio de braços não esteja sendo utilizado e esteja atrapalhando a aproximação da cadeira em relação a mesa, pode-se abaixar o apoio para deixar ele passar por baixo da mesa.

Caso o funcionário tenha apenas uma cadeira normal, não regulável, dê preferência às acolchoadas. Se não for possível, coloque uma almofada no assento.

Se a cadeira ficar muito grande, fazendo o trabalhador se curvar para frente, é possível colocar uma almofada em seu encosto, como um apoio para as costas. E se a cadeira sem regulagens for muito baixa em relação a mesa, pode-se colocar uma almofada no assento também para subir um pouco a altura do assento e alcançar a mesa e o computador com mais conforto.

No caso do monitor do computador, caso não tenha um suporte ergonômico com alturas reguláveis, é possível colocar itens como livros, caixa de sapato ou resma de papel para elevar o monitor e fazer com que a borda superior fique no nível da altura dos olhos.

 

Para realizar um bom treinamento ergonômico para trabalhadores em home office, o profissional de ergonomia deve ser realista, assertivo e também criativo. É impossível atuar de forma engessada nessa situação, já que cada trabalhador tem uma realidade em sua casa. Porém, todos precisam contar com os benefícios da ergonomia.

 

Você já realizou algum tipo de treinamento ergonômico online para home office? Como foi sua experiência? Me conte nos comentários

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Por Debora Dengo

Debora Dengo é formada em Fisioterapia com especialização em Ergonomia, Auditoria e Saúde do Trabalhador pela Universidade Positivo, atua há 7 anos com Ergonomia e Saúde do Trabalhador em dezenas de empresas. Possui Formação técnica e cursos pela EPM – International Ergonomics School e Escola Ocra Brasiliana em Check List Ocra, Niosh by Ocra, Ciclos Longos e Alta Precisão e MAPHO. Além de outras ferramentas de análise de risco ergonômico. Tendo total domínio de todas as ABNT NBR ISO de Ergonomia e Normas Regulamentadoras de Ergonomia. Também é mentora de centenas de ergonomistas por todo o Brasil ensinando em suas mentorias como realizar Análises Ergonômicas do Trabalho nas empresas.

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