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Afinal o cinto lombar é realmente eficaz?

18 de agosto de 2020Por Debora Dengo0

Uma das dúvidas mais comuns do universo da saúde do trabalho é a eficácia do cinto lombar. Essa órtese geralmente é utilizada por profissionais que possuem uma rotina de manuseio de cargas pesadas ou movimentação intensa da coluna. Mas será que ela é realmente a melhor opção quando pensamos na segurança do trabalhador?

Em 1992, diretores do Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (Niosh), nos Estados Unidos, realizam um amplo estudo sobre o tema e concluíram que não há provas da eficácia do uso desse tipo de cinto para a diminuição dos riscos de lesões na lombar. A partir dos resultados trazidos pela pesquisa, o Niosh não recomenda o uso do cinto como meio para proteção de lesões lombares, sendo obrigatório a prescrição médica no caso de lesões pré-existentes.

Ainda segundo o Instituto, o cinto não pode ser considerado um Equipamento de Proteção Individual (EPI) e não há dados suficientes que comprovem que ele diminua significativamente a carga biomecânica no tronco durante o manuseio, ou seja, não absorve parte da carga que iria para a coluna. Além disso, ele pode produzir uma restrição temporária do fluxo cardiovascular, prejudicando a circulação sanguínea. Por fim, o estudo conclui que o meio mais eficaz de diminuir lesões é implantar um programa abrangente de ergonomia, que vai trazer benefícios consistentes na solução de problemas.

Dentro desse programa abrangente, devemos considerar:

– Avaliação ergonômica das tarefas e dos postos: É nos postos que podemos avaliar as alturas, distâncias, se o funcionário caminha com a carga ou não. É um estudo que leva em consideração tanto a tarefa quanto o layout do local que a pessoa tem para fazer o manuseio da carga e seu trabalho;

– Programa contínuo de treinamento: Através dele é possível corrigir os vícios posturais, fazendo com que o trabalhador abandone hábitos que muitas vezes ele repete sem perceber;

– Programa de gerenciamento médico da saúde do trabalhador: É muito importante o acompanhamento dos números que indicam afastamentos, melhoras, diminuição de queixas, para acompanharmos a evolução da estratégia que está sendo colocada em prática.

No Brasil, o Ministério do Trabalho não reconhece o cinto lombar como um EPI. A lista completa de EPIs considerada pelo órgão pode ser encontrada na sexta norma regulamentadora do trabalho (NR 06), no Anexo I. Em 2018, a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) realizou uma revisão de literatura, que resultou em uma diretriz técnica para o uso ou não da cinta lombar. Entre os estudos elegíveis, os especialistas puderam afirmar que os resultados não foram consistentes para prevenção de lombalgia e não existem benefícios de seu uso na diminuição do absenteísmo, que muitas vezes ocorre pelos funcionários apresentarem dores frequentes.

Os resultados das pesquisas servem para corroborar a importância de um programa estruturado de ergonomia para a melhoria de problemas ligados à dores lombar, lombalgia e outras lesões da mesma natureza. Essa atuação é muito mais responsável e eficaz do que a recomendação do uso isolado de uma órtese. Para termos resultados positivos, é importante realizar um estudo de atividades do posto de trabalho, com uma análise ergonômica do que existe de risco para levantamento de carga e a partir daí, realizar as melhorias de acordo com a altura de pega e entrega, a distância de deslocamento, rotação ou inclinação de tronco, peso da carga, layout do local de trabalho, frequência de levantamento.

São muitas variáveis a serem analisadas. O mais importante para um resultado final positivo é fazer um trabalho de base, agindo para encontrar a causa dos problemas e então olhar para a solução de melhoria, que trará resultados mais consistentes e de longo prazo para os funcionários e também para a empresa.

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Por Debora Dengo

Debora Dengo é Fisioterapeuta e Ergonomista, com especialização em Auditoria e Saúde do Trabalhador. Atua há + de 12 anos com Ergonomia e em 2018 fundou a empresa Soluções Ergonômicas que realiza consultorias de Ergonomia. Possui Formação técnica e cursos na Universidade de Lisboa, EPM – International Ergonomics School e Escola Ocra Brasiliana, como: Check List Ocra, Niosh by Ocra, Ciclos Longos e Alta Precisão e MAPHO. Além de domínio de todas as ABNT NBR ISO de Ergonomia e Normas Regulamentadoras Nacionais, bem como outras ferramentas tradicionais de análise de riscos ergonômicos. Hoje, além de continuar com sua consultoria de sucesso, conta também com mais de 5.000 profissionais formados com seu método, em todos os estados do Brasil e em 18 países. É criadora e coordenadora da Pós-graduação em Formação de Ergonomistas, reconhecida pelo MEC. Já ajudou milhares de profissionais a iniciarem no mercado da Ergonomia e faturarem alto na área, mesmo sem experiência. Criou o Projeto Ergo Empreendedor, que premia seus alunos com troféus enviados em casa, reconhecendo alunos que faturaram de R$10 mil a R$500 mil reais com Ergonomia. Para conhecer os cursos, entre em contato com nossa equipe pelo whatsapp clicando no botão ao lado

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© 2020 Soluções Ergonômicas – CNPJ: 30.031.016/0001-22

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