A monotonia é uma reação do organismo a uma situação pobre em estímulos. Ela pode surgir no ambiente de trabalho devido a atividades extremamente repetitivas, mas sua existência pode estar associada às mais variadas causas, estando muitas vezes ligada a questões individuais.
A análise de monotonia e dos riscos psicossociais em geral se baseia na utilização da ergonomia francesa ou contemporânea, que é voltada para o estudo de situações reais. Essa avaliação envolve questões organizacionais, os aspectos da atividade que o trabalhador desempenha e questões pessoais do próprio colaborador: como ele lida com as atividades que desenvolve e oque sente em sua rotina de trabalho.
O sentimento da monotonia em uma atividade pode ser muito pessoal.
Existem estudos que indicam que algumas pessoas gostam de trabalhar com atividades repetitivas e mais monótonas pois é um momento em que conseguem aliviar a mente, deixar o pensamento viajar. Portanto, não é possível fazer uma correta análise de monotonia sem entrevistar o trabalhador. É preciso entender o que ele sente, como é exatamente seu dia a dia de trabalho, como ele descreve as atividades que realiza.
Você pode direcionar caminhos para uma conversa aberta e assim entender o sentimento do trabalhador. Para uma boa entrevista, contamos com algumas perguntas indispensáveis:
- Como ele se sente com as atividades que desempenha no dia a dia?
- Essas atividades são variadas?
- Caso não sejam variadas, ele sente que é algo entediante ou se sente bem com essa repetição?
Pratique a observação e o diálogo
É importante não subestimar e também não superestimar postos de trabalho.
Muitas vezes, quando estamos em campo para analisar atividades, não dispomos de muitas horas para fazer a avaliação, então não conseguimos acompanhar um dia completo de trabalho. Temos apenas um recorte. Por isso, o colaborador sempre será a melhor ferramenta para dizer a realidade, já que que ele está ali cinco dias por semana, oito horas por dia.
Uma boa observação e um diálogo franco são fundamentais para a uma boa análise da monotonia na ergonomia. Porém, também contamos com ferramentas que podem auxiliar na avaliação, como o Ergos Carga Mental, que ajuda inclusive a fazer quantificações, auxiliando no parecer final do ergonomista.
Além disso, com a prática da profissão, você vai desenvolvendo seu feeling, captando com mais sensibilidade as situações de trabalho e os relatos dos colaboradores, percebendo se estão dizendo a verdade, como estão se sentindo de fato, por isso desenvolver essa percepção é muito importante para a evolução do profissional.
Na ergonomia não existe uma receita de bolo, não podemos trabalhar com soluções engessadas, mas essas dicas podem te auxiliar em uma análise eficaz da condição de monotonia.
Lembre-se dos quatro pilares para uma boa avaliação:
- Observar a atividade;
- Entrevistar o colaborador;
- Contar com o auxílio de ferramentas como o Ergos Carga Mental;
- Utilizar seu feeling como ergonomista;
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