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Como embasar sua Análise Ergonômica

3 de dezembro de 2020Por Debora Dengo0

Saber preparar uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET) bem embasada é fundamental para o ergonomista desenvolver um bom trabalho, como vimos neste último post. Mas o que significa isso?

Embasar uma AET é elaborar um material sem achismos, onde você recorre a fundamentos para sustentar o que está indicado no documento. É claro que na prática o ergonomista desenvolve seu feeling e um olhar direcionado, que também é importante na estruturação da AET, mas vale lembrar que é preciso ter embasamento para sustentar as hipóteses apontadas.

E por que é importante embasar uma AET? 

1 – O cliente precisa saber de onde veio sua avaliação

Quando você apresenta a Análise Ergonômica para um cliente, com suas sugestões e avaliações, é comum que ele questione em que lei está, qual é a norma que determina aquilo. Isso é natural, afinal, como dono do negócio ele precisa entender exatamente por que deve fazer algo que o ergonomista está sugerindo, se realmente precisa ser feito.

2 – Os auditores fiscais entendem de ergonomia

Um bom auditor fiscal do trabalho sabe avaliar uma AET. Caso ele ache que o documento não está bem embasado e fundamentado, ele pode simplesmente não aceitar aquela análise, o que pode gerar um problema entre o ergonomista e o cliente, que se sentirá lesado por algo que ele solicitou e não foi eficaz, tendo que contratar mais uma vez para fazer outra AET.

3 – Uma AET fundamentada para possíveis Perícias Ergonômicas

Se houver um processo trabalhista contra determinada empresa, o juiz do trabalho pode solicitar uma perícia técnica ergonômica, para emitir um laudo que irá ajudá-lo a julgar o caso. Se o perito encontrar uma Análise Ergonômica rasa e sem embasamento ao iniciar seu trabalho, isso poderá prejudicar ainda mais a empresa.

4 – Uma AET sem fundamentos pode condenar a empresa

Uma análise ergonômica mal feita, sem fundamentos, sem reforçar também os pontos positivos que a empresa possui e suas medidas de controle, pode fazer com que o perito trabalhista da ação judicial dê causa desfavorável à empresa, auxiliando na condenação do processo.

5 – Pela própria segurança do ergonomista

Uma análise embasada e bem feita é um respaldo para o profissional, para que ele atue de forma segura e não corra o risco de ser lesado no futuro por alguma situação. A Análise Ergonômica é um documento legal, que pode ajudar ou prejudicar uma empresa, dependendo da situação. Ela deve ser imparcial, embasada e equilibrada. É importante que o ergonomista se coloque no lugar do trabalhador e também da empresa, analisando os dois lados.

 

Agora que já ficou claro por que é importante embasar sua Análise Ergonômica, vamos descobrir sete maneiras de fazer isso:

1 – Através de leis 

Em uma auditoria ou em algo que envolva questões trabalhistas, os primeiros itens avaliados são os códigos da lei, por isso elas são primordiais para você embasar a sua análise. A lei magna é a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), então ela deve ser o primeiro local para fazer suas consultas de embasamento. É preciso conhecer a CLT, ler os artigos que falam de trabalho, ergonomia, conforto, saúde e segurança.

Dentro desse grupo de leis existem várias portarias e até mesmo as exclusivas para cada classe de trabalhadores. Por exemplo, em 2019 foi publicada a portaria 1.343, específica para questões de saúde, segurança, condições sanitárias e conforto para motoristas de transporte rodoviário e de pessoas. É algo bem específico, porém existe na lei e é importante que o ergonomista esteja ciente.

Uma dica importante: sempre que começar o trabalho em uma empresa de um ramo que você nunca trabalhou, pesquise tudo com relação às leis: portarias, normas técnicas, instrução normativa que este ramo possui para atender. Assim você poderá ajudar a manter a empresa respaldada com relação às suas responsabilidades de forma mais específica.

2 – Através de normas 

Se uma empresa produz um simples canudo, ela precisa cumprir as normas propostas para receber a aprovação da Anvisa e comercializar seu produto. Ou seja, as normas são essenciais e é importante conhecê-las. Existem as chamadas Normas Regulamentadoras, conhecidas com NRs, que vão de 1 até 37; ABNT NBR; ISO; normas técnicas, instruções normativas, NHO (Norma de Higiene Ocupacional); os anexos das NRs, ou seja, existe uma infinidade de informação e é impossível conhecer todas. Por isso priorize as que tratam das questões de ergonomia, do seu campo de atuação. E lembre-se: não há problema em admitir que não entende de um determinado assunto que não faz parte do seu escopo diário de trabalho.

É possível comprar separadamente as normas referentes a ABNT, ISO ou assinar o Target Normas, que reúne todas as normas em uma única plataforma, sempre disponíveis para consulta. No meu treinamento de passo a passo de Análise Ergonômica do Trabalho, o aluno também tem acesso a muitas normas onde desenvolvemos planilhas para facilitar a aplicação nas análises. Para saber mais sobre o nosso método é só clicar aqui.

3 – Através de Ferramentas Ergonômicas validadas

Atualmente existem mais de 100 ferramentas ergonômicas como Niosh, Mapho, Owas, Ocra, Rula, Snook e Ciriello, entre muitas outras. Portanto é impossível que você domine todas elas. Estude as que fazem sentido para você e seu campo de atuação, entenda como elas atuam, busque ferramentas validadas e confiáveis, escolha quais você irá utilizar e então elas serão mais uma forma eficaz de embasar sua Análise Ergonômica.

4 – Literatura Científica

De maneira geral, todas as ferramentas ergonômicas que conhecemos já vem de uma base de literatura científica, de pesquisas. Então muitas vezes usamos um embasamento de literatura que foi transformado em uma ferramenta. Uma complementa a outra. A ferramenta precisa de um aporte literário, senão ela não será aprovada. Entre importantes autores para a ergonomia temos Grandjean, Hudson Couto, Daniela Colombini e Occhipinti, Jan Dul, Pierre Falzon, entre outros.

5 – Observação direta 

6 – Censo dos colaboradores

7 – Feeling do Ergonomista

Esses três últimos tópicos andam juntos. Mesmo que sejam raras, podemos encontrar situações que não possuem um embasamento legal e normativo, então o ergonomista precisa tirar suas próprias conclusões. Essa análise construída a partir da observação direta precisa estar envolvida no feeling do profissional e muitas vezes conta também com o censo dos trabalhadores, que é a percepção que os mesmos possuem sobre determinada situação de trabalho.

Às vezes um profissional analisa uma situação que não apresenta risco, mas possui muitas queixas. E junto dessas queixas encontra faltas, rotatividade de trabalhadores, alguns atestados. Mesmo através de embasamento, ISOs, normas ou ferramentas ele chegou na ausência de risco, mas as queixas existem. Nesses casos, não dá para ignorar o todo. É preciso usar o feeling de ergonomista e a percepção dos trabalhadores sobre aquela realidade, pois apenas fatores de riscos existentes também podem gerar consequências.

Portanto vimos que leis e normas são primordiais para o embasamento de uma boa Análise Ergonômica, completadas por ferramentas ergonômicas e literatura científica. Entretanto, o ergonomista não deve esquecer que é sempre preciso observar, ouvir os trabalhadores, ponderar e contar com seu feeling que também irá indicar caminhos. A combinação de todos esses itens em equilíbrio compõem uma AET de qualidade e muito bem embasada.

Me conte nos comentários como você embasa sua Análise Ergonômica e compartilhe esse texto com um amigo que precisa dessas dicas.

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Por Debora Dengo

Debora Dengo é formada em Fisioterapia com especialização em Ergonomia, Auditoria e Saúde do Trabalhador pela Universidade Positivo, atua há 7 anos com Ergonomia e Saúde do Trabalhador em dezenas de empresas. Possui Formação técnica e cursos pela EPM – International Ergonomics School e Escola Ocra Brasiliana em Check List Ocra, Niosh by Ocra, Ciclos Longos e Alta Precisão e MAPHO. Além de outras ferramentas de análise de risco ergonômico. Tendo total domínio de todas as ABNT NBR ISO de Ergonomia e Normas Regulamentadoras de Ergonomia. Também é mentora de centenas de ergonomistas por todo o Brasil ensinando em suas mentorias como realizar Análises Ergonômicas do Trabalho nas empresas.

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© 2020 Soluções Ergonômicas – CNPJ: 30.031.016/0001-22

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