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Empresas que mais contratam Ergonomia

27 de abril de 2021Por Debora Dengo0

Conhecer os ramos empresariais que mais contratam ergonomia é importante pois, assim, o profissional consegue compreender melhor o mercado de trabalho na área, estando mais preparado para montar um portfólio cheio de atrativos e que faça sentido para a realidade dos clientes.

É fundamental que a empresa que procura seu serviço se sinta segura e confiante desde o primeiro contato, perceba que você entende do problema dela e também do ramo empresarial em que ela atua, já que cada um tem suas particularidades. Por isso, quando você estuda sobre elas, mostra que tem conhecimento, que entende suas dores, você tem muito mais chances de ser contratado para um serviço.

Neste texto, baseado nas minhas experiências, vou abordar as empresas que mais contratam ergonomia através de uma visão mais geral e do perfil de cada ramo empresarial, porém é importante que o profissional de ergonomia esteja atento às questões regionais, que também podem influenciar. No sul, por exemplo, é mais comum encontrarmos empresas frigoríficas. Já em Manaus, devido a Zona Franca, temos mais empresas de eletro-eletrônicos, então, é claro,  podemos encontrar variações de acordo com a região do Brasil.

De modo geral, as empresas que mais contratam ergonomia são: 

 

1- Frigoríficos 

Frigoríficos e empresas de abate e processamento de carne estão, sem dúvida, entre as que mais contratam ergonomia, pois são as que mais precisam, já que sempre tiveram um alto índice de queixas, afastamentos e acidentes do trabalho.

Esse ramo empresarial possui características bem peculiares relacionadas à saúde e segurança do trabalho, como o manuseio constante de cargas grandes e pesadas, que são os cortes de animais que precisam ser manipulados e muitas vezes contam com mais de 30 quilos. Aqui temos o abate de animais de forma geral, como bovinos, suínos, aves e peixes.

Outro grande fator ergonômico é o ambiente frio, que aumenta todas as situações de predisposição que já existem para uma condição negativa. Por exemplo, em um frigorífico temos a alta repetitividade de ações, pois são ciclos de trabalho curtos, com metas de produção. Essa repetitividade combinada com o ambiente frio representa dois fatores de riscos ergonômicos associados, que aumentam muito as más condições de ergonomia e os riscos para os trabalhadores.

O alto ritmo de trabalho, com atividades muitas vezes monótonas, resulta também em uma alta carga mental, que somada com o frio, aumenta ainda mais esse fator de risco. E além disso, temos um ambiente constantemente úmido.

Quando encontramos em um mesmo local de trabalho, umidade, frio, carga mental, repetitividade e monotonia, temos muitos riscos ergonômicos associados, por isso os índices de acidentes, afastamentos e queixas nessas empresas costumam ser altos, resultando em uma grande demanda por serviços de ergonomia.  Até por esse perfil, frigoríficos costumam ser as empresas que mais contratam ergonomistas por CLT, já que precisam de um profissional exclusivo e dedicado a essa área, embora também utilizem consultores externos para casos mais específicos.

Não podemos esquecer que em 2013 foi publicada a NR-36, uma norma regulamentadora específica que trata das questões de saúde e segurança em frigoríficos, o que já comprova o quanto esse ramo empresarial precisa de soluções ergonômicas, além do que já encontramos na NR-17, a norma mãe de ergonomia.  Na NR-36 temos dois itens que falam de análises específicas para este ramo empresarial. O item 36.5.3 diz que é necessário realizar análise ergonômica em situações de manuseio de cargas e o item 36.15 aborda exclusivamente a Análise Ergonômica do Trabalho – como ela deve ser feita, os itens que deve abordar, etc.

Com o surgimento do Covid-19, vemos que as fiscalizações nos frigoríficos têm aumentado, pois são ambientes propícios à propagação do vírus. Neste caso, mesmo que o foco da fiscalização seja biológico, os auditores fiscais não deixam de averiguar as questões relacionadas à ergonomia e demais problemas, afinal, nada pode ser ignorado.

 

2 – Hospitais

Hospitais também são locais com alto índice de queixas, afastamentos, doenças e acidentes, principalmente por fatores biomecânicos, devido ao manuseio de pacientes, que acontece muitas vezes ao longo do dia.

Os profissionais enfrentam longas jornadas com 12 horas ou até 24 horas de trabalho, que muitas vezes afetam sua rotina pessoal, lidam com o estresse natural que envolve o ambiente, o medo de contaminação, a falta de recursos (sejam medicamentos, aparelhos, materiais e humanos) e também enfrentam muitas tarefas com alto nível de responsabilidade em um curto espaço de tempo. Tudo isso resulta em uma alta carga mental. No contexto atual, com a pandemia do coronavírus, temos esse cenário ainda mais prejudicado, pois a estafa e o medo de contaminação estão ainda maiores.

Os estabelecimentos de saúde, não só os hospitais, também contam com uma norma regulamentadora própria, a NR-32, publicada em 2005. Todo ramo empresarial que conta com uma norma específica possui mais obrigatoriedades e naturalmente, acaba sendo mais fiscalizado. Esse fator, somado a tudo que falamos acima, aumenta a demanda por soluções ergonômicas. Além disso, hospitais contam com certificações internacionais, como a ONA, que exigem a realização de uma Análise Ergonômica do Trabalho, além de uma boa gestão de riscos e um programa ergonômico efetivo.

 

3 – Bancos 

Aqui, encontramos um histórico de doenças biomecânicas como LER (Lesão por Esforço Repetitivo)  e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), causadas pela excessiva digitação em ciclos de trabalho muito rápidos, que envolvem ombros, punhos e mãos. Além de ser um trabalho muito dinâmico, temos a associação com a carga mental. Os funcionários têm metas de vendas e faturamento, lidam com a pressão temporal, com o atendimento ao público e ainda podem enfrentar conflitos hierárquicos e situações de assédio.

Claramente, quando temos uma questão biomecânica associada à questão da carga mental, notamos um agravamento da situação. Por exemplo,  se você está com uma dor no punho, naturalmente você fica mais irritado e isso já eleva a carga mental, o que afeta em toda a sua rotina de trabalho.

Os bancos não contam com normas regulamentadoras específicas, mas o sindicato de trabalhadores é muito forte e atuante. Eles fazem denúncias, acompanham a situação dos trabalhadores de perto, fazem greves e reivindicações, por isso acabam gerando uma alta demanda de soluções ergonômicas para a saúde e segurança dos funcionários.

 

4 – Call Center 

Nas empresas de call center encontramos também os fatores biomecânicos com alta repetitividade de movimentos e ações, muita digitação, monotonia e a alta carga mental devido a metas para atendimentos e de vendas de produtos e serviços.

O call center passivo, onde o cliente liga para tirar dúvidas, fazer reclamações, pedir auxílio para resolver um problema ou cancelar um serviço, é o que possui a maior carga mental, afinal, esse tipo de contato sempre sinaliza um problema,  onde quem liga já se encontra estressado e acaba descontando no atendente. Já no call center ativo, é o funcionário que liga para vender produtos, serviços e recolher doações, o que também envolve metas e performance.

Temos também a questão das cordas vocais, já que os trabalhadores possuem uma exigência vocal muito alta e podem enfrentar distúrbios como rouquidão e perda de voz. Nesses casos contamos com a atuação dos fonoaudiólogos, mas o profissional de ergonomia também pode fazer orientações gerais ou recomendar encaminhamentos específicos.

O anexo 2 da NR-17, criado em 2007, é específico para ergonomia em call center. Ele aborda cronograma de ações,  treinamentos obrigatórios que devem ocorrer a cada seis meses, registros de pausa, análise ergonômica, intervalo de almoço, pausas de 10 minutos, etc. O item 8.4 do anexo 2 fala somente da Análise Ergonômica do Trabalho nesse ramo empresarial: como ela deve ser feita, o que precisa ter e também explica o mobiliário necessário, muito importante para a ergonomia de concepção.

 

5 – Supermercados 

Em supermercados temos um intenso manuseio de cargas. Tudo começa no armazém, onde elas são distribuídas. Depois, ocorre a separação dos itens e o abastecimento no mercado. Em todas as etapas encontramos um grande volume de mercadorias.

Os operadores de checkout, que chamamos de caixas, também são um ponto importante, não é à toa que o anexo 1 da NR-17 é voltado para esses profissionais, não só os de supermercado, mas caixas em geral.  Eles lidam diretamente com o público, possuem um alto ritmo de trabalho e com jornadas exaustivas. Além disso, nos supermercados temos o manuseio de um alto volume de mercadorias, muitas vezes pesadas, por isso a Análise Ergonômica do Trabalho nesses locais tem especificidades, como consta na norma.

O treinamento ergonômico é obrigatório, precisa ter no mínimo duas horas e deve ser feito em até 30 dias da admissão do trabalhador, com reciclagem anual, também de duas horas. Como todos os treinamentos obrigatórios, ele deve acontecer durante a jornada de trabalho.

6 – Construção Civil 

A construção civil envolve o manuseio de cargas grandes e pesadas como sacos de cimento, tijolos e areia, o que resulta em muitos acometimentos biomecânicos. Temos também uma segunda situação, que não é 100% relacionada à ergonomia, mas faz com que existam mais fiscalizações de forma geral, que é a insalubridade do trabalho, onde o empregado é exposto a agentes nocivos à saúde acima dos limites de tolerância. Além disso, a construção civil também conta com uma norma regulamentadora própria, a NR-18.

Devemos lembrar que as obras costumam estar sempre expostas, bem diferente de uma fábrica, por exemplo, que conta com muros, portões e ninguém vê o que acontece. Assim, um auditor fiscal que passa por uma obra pode simplesmente notar algo errado e decidir fiscalizar para checar se está tudo em ordem, por isso também a frequência de fiscalizações acaba sendo maior.

 

Você já realizou trabalhos de ergonomia em algum desses ramos empresariais? Me conte nos comentários.

 

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Por Debora Dengo

Debora Dengo é formada em Fisioterapia com especialização em Ergonomia, Auditoria e Saúde do Trabalhador pela Universidade Positivo, atua há 7 anos com Ergonomia e Saúde do Trabalhador em dezenas de empresas. Possui Formação técnica e cursos pela EPM – International Ergonomics School e Escola Ocra Brasiliana em Check List Ocra, Niosh by Ocra, Ciclos Longos e Alta Precisão e MAPHO. Além de outras ferramentas de análise de risco ergonômico. Tendo total domínio de todas as ABNT NBR ISO de Ergonomia e Normas Regulamentadoras de Ergonomia. Também é mentora de centenas de ergonomistas por todo o Brasil ensinando em suas mentorias como realizar Análises Ergonômicas do Trabalho nas empresas.

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© 2020 Soluções Ergonômicas – CNPJ: 30.031.016/0001-22

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